domingo, 22 de novembro de 2009

Diferenças

O que diferencia uma pessoa da outra?
 Muito além da cor da pele, são nossas atitudes que nos diferenciam, nossas escolhas, a pessoa que resolvemos ser. Quando se fala em preconceito a primeira imagem que nos vem a cabeça é de um negro sendo maltratado, mas não pára por aí, a discriminação atinge um grupo muito maior de pessoas: gays, pobres, deficientes físicos e mentais, fiéis das mais diversas crenças, sendo que neste caso a intolerência justifica guerra e carnificina.
Qualquer pessoa que foge do "padrão" pré-estabelecido por uma comunidade é passível de julgamento, Hitler usou este aspecto da sociedade a seu favor e foi responsável por um dos maiores massacres da história do mundo.
Sou neta de uma mulher negra que foi casada com um branco de olhos azuis, isso em nenhum momento foi questionado por nossa família, amei minha avó, tenho dela as melhores lembranças possíveis e em nenhum momento sua cor fez diferença, meu avô a amou a ponto de não resistir a sua morte e foi encontrá-la menos de um ano depois, ela foi uma mulher extraordinária que criou os 10 filhos com muitas dificuldades. Se meu avô sofreu julgamentos por ser casado com uma negra? Pode-se imaginar o quanto, se nos dias de hoje o preconceito ainda resiste, imagine a 80 anos atrás, numa cidadezinha do interior em uma comunidade onde predominava imigrantes alemães e poloneses!
A história dos meus avós me enche de orgulho, minha filha também é neta de uma mulher negra, linda, guerreira, doce que mesmo após minha separação esteve e se mantém a meu lado, dedico a ela todo o meu carinho e respeito, é sem dúvida a melhor avó que eu conheço e minha segunda mãe.
Me entristece ver o que a onda do politicamente correto provoca, chamar alguém de negro é praticamente uma ofensa, mas o que há de errado em afirmar nossas origens? Negros são como brancos, asiáticos, índios, etc, só existe uma raça, a humana, dentro deste conjunto, todos temos nossas particularidades, nossas qualidades e defeitos, não é a cor da pele, a crença, a opção sexual ou a classe social que faz de nós melhores ou piores, está aí Brasília que não nos deixa mentir, há ali um pouco de todos.
O que dizer dos estudantes que queimaram o índio Pataxó a alguns anos atrás? Não eram negros, nem probres, como justificar? No que a opção sexual de cada um interfere na convivência com a sociedade? A guerra na Faixa de Gaza, crenças diferentes, com um único Deus, lutando por um pedaço de terra, onde cabe coerência na morte de tantos inocentes? Assim como classificar toda pessoa pobre, que mora em comunidades carentes com bandidos é de uma ignorância a toda prova, alguém se lembra do morador de rua que passou num concurso do Banco do Brasil?
Enfim, o assunto é longo e polêmico, gera discussões intermináveis porém a solução é muito simples, basta
 tolerência, respeito ao indíviduo, entender que a diferença existe e é isso que nos engrandece, é na diferença que aprendemos a ser melhores, que testamos nossas capacidades e limites. Se cada um se limitasse a cuidar da própria vida sem julgar a vida do outro, tudo seria mais fácil.
Somos iguais perante a vida, nascemos e morremos da mesma maneira,  todos temos escolhas e podemos seguir por este ou aquele caminho, mas onde quer que se vá, as diferenças estarão presentes e é isso que nos faz HUMANOS.

Luciana

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