Eis que estou de volta, depois de tantas tentativas frustradas de escrever algo interessante e diferente, desisti, já percebi que meus textos melosos mais parecem saídos de um destes livros de auto-ajuda que na verdade não ajudam ninguém além de quem escreve e quem publica.

Isso pareceu revolta, e de certa forma é, mas pelo motivo errado. Ando meio assim ultimamente, contestando meus limites e tentando encontrar uma explicação lógica para alguns acontecimentos recentes que caíram como um meteoro na minha vidinha pacata e sem grandes emoções, problemas, dos grandes, gigantes, monstruosos, que sozinhos já valeriam por todos os outros que me apareceram durantes meus 33 anos, porém um problema por maior que seja não vem sozinho, trás pelo menos mais uns dois que é para você sentir logo a realidade que se apresenta, pois bem, a famosa Lei de Murphy me achou, pelo jeito gostou do estrago e resolveu se instalar no meu endereço, trouxe consigo uma avalanche de situações para por à prova meu otimismo, e quanto mais eu brigo para me manter de pé, mais ela tenta me dar uma rasteira, descobri que sou mais teimosa do que imaginava, ainda estou firme e forte e só pra avisar vou continuar assim.

Pronto, momento revolta indo embora, já posso falar o que me trouxe aqui.

Vim contar uma novidade maravilhosa (vou deixar o Murphy roxo de raiva), mudei de emprego e estou adorando, depois de 05 anos na mesma empresa, fazendo sempre as mesmas coisas, tentando fazer o impossível acontecer e estressada ao máximo, decidi que era hora de dar uma mexida em tudo, o desafio é grande, e isso por si só, já contribuiu e muito na decisão que tomei, sabe os probleminhas que citei lá em cima, pois é, eles também ajudaram na decisão, além da oportunidade de voltar a estudar, de colocar em prática toda a experiência que acumulei, que não é muita, mas que agora está na direção certa e no sentido que eu escolhi, acho que nunca estive tão focada como agora, é um grande recomeço, troquei emprego por TRABALHO.

Contudo senti medo, quando as coisas dão erradas por tanto tempo, parece que nos condicionamos a acreditar que nada mais vai dar certo, meio que adestrados a aceitar certas situações prejudiciais, por medo, comodismo, falta de atitude, no meu caso, eu sempre me envolvo demais, daí tomo pra mim as dores que não são minhas, e adivinha só em quem dói mais, e quem tem que tomar o remédio mais amargo?

Vou mudar por isso? Não mesmo! Por que não consigo defender algo que não acredito, vou continuar vestindo a camisa sempre, para cada pessoa que me decepcionar, sei que encontrarei outras que irão me mostrar que lutar vale a pena.

Trocar de emprego foi o primeiro grande passo, virão outros, maiores, menores, tímidos, ousados, estou brigando comigo para provar que eu sou capaz, a impressão é que estou recuperando a memória depois de uma amnésia ou acordando de um sono profundo .

Vou em frente, tentando não mandar Murphy embora de vez, para lembrar que problemas acontecem e tenho que estar preparada para enfrentá-los, convidando sempre Poliana a me visitar e trazer consigo seu otimismo inocente de que tudo é válido e as coisas boas acontecem para quem busca e crê, não esquecendo a realidade e a firmeza do solo sob os pés, fincar raízes e criar asas, adequar o cotidiano aos muitos desafios que surgirão e jogar o jogo, com fé, confiança e lealdade, um dia de cada vez, um passo, uma dança e um vôo rumo a dias melhores.